quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Linha de vidro

Logo no começo me deixaram trabalhando junto com um supervisor que estava na fábrica desde o começo de funcionamento da mesma. Um cara boa praça que também já tinha trabalhado na concorrência que tratou de passar logo todas as rotinas. Todo o inicio de turno era feita a passagem de serviço em uma sala próxima a linha de produção onde eram passadas as metas, recomendações com qualidade, segurança e algum problema que aconteceu no turno anterior. A capacidade da linha era entre 58 e 60 paletes de 1008 unidades por hora onde duas maquinas enchedoras atuavam ininterruptamente. Uma idéia do processo automatizado é descrita na sequência:
  1. Abastecimento com paletes de 1008 unidades vazias.
  2. Despaletizador desmonta as camadas de caixas que estão sobre o palete de madeira.
  3. Desencaixotadora separa as garrafas das caixas plásticas (engradados).
  4. Garrafas são conduzidas por transporte de esteira até a lavadora.
  5. Na lavadoura as garrafas passam por vários tanques com concentrações de soda.
  6. Garrafas são conduzidas até a área de envase através de transporte de esteira.
  7. Antes da enchedora as garrafas são submetidas ao inspetor eletrônico, onde as mal lavadas são rejeitadas.
  8. Garrafas passam pela enchedora e na saída passam por outro inspetor eletrônico contra mal cheias.
  9. Pasteurização.
  10. Rotulagem.(Também nessa etapa é feita a codificação com a validade)
  11. Encaixotadora.
  12. Paletização.
Após a passagem de turno tinha o grito de guerra e cada operador tomava o seu posto de trabalho. Havia o cuidado com as finalizações para não sobrar garrafas vazias na linha, por isso se estabelecia uma comunicação com a cervejaria para saber se a cerveja que estava sendo envasada tinha atingido uma marca padrão no visor dos tanque. Quando chegava nessa marca era feito o corte do abastecimento dos paletes vazios no inicio da linha.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Frases que marcaram...

Foto - Tanques de fermentação de uma fábrica de cerveja

...durante o periodo de contratação e entrevistas ouvi duas que ficaram na minha cabeça até hoje e uma foi uma pergunta feita pele a psicologa: "A empresa está passando por um periodo de transformação, da gestão famíliar para o proffisional. Como tu lidarias com isso?". A outra foi do gerente durante a entrevista sentado ao lado de um coordenador: " Alguns vão sentir ciúmes de você". E o coordenador complementou: "Pela experiência dele ele saberá lidar com isso." Quando ouví isso algo me dizia que alguma coisa não ia bem, em relação a relacionamento deles, mas enfim , queria passar por aquela experiência e estava precisando trabalhar. O quadro da equipe de gestão era composto por dois coordenadores, cinco encarregados e dois aprendizes que estavam sendo preparados para a função. A fábrica era composta por uma linha de vidro, uma de lata,de garrafas PET e injetora de preformas. Os encarregados ficavam geralmente um no controle da linha de vidro e outro na de lata e PET. Tinhamos rádios comunicadores para chamar a manutenção caso precisasse. As linhas de lata e vidro eram algo meio novo para mim com elemento diferentes dentro do processo como a pasteurização da cerveja e a lavadoura de garrafas, acostumado só com envase em PET mas era uma oportunidade.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Orkut como ferramenta de busca de empregos.

Nesse espaço de tempo de pouco mais de um ano compreendido entre a saída do envase de bebidas e a termoformagem, criei uma comunidade no Orkut chamada "Empregos em Caxias do Sul" na qual eu postava algumas ofertas de emprego de um jornal de grande circulação de Caxias. Fiz a divulgação dela através do referido site e ganhei vários seguidores que também ajudavam a anunciar vagas pela região. Para minha surpresa um camarada chamado Luis Testa, colaborador do respeitado site vagas.com anunciou nessa comunidade uma oportunidade para encarregado de envase em uma grande empresa fabricante de cerveja e sucos localizada à 100 Km de Caxias. Pois através desse anúncio fui parar no site e localizei onde era exatamente a vaga. Depois de alguns telefonemas fui fazer uma entrevista com gerente com mais quinze anos de empresa. Ele acabou gostando de mim e fui contratado. Tive um tempo para me transferir, achar uma casa e me mudar. Fiz umas duas viagens de moto junto com minha companheira para achar uma casa, e acabei me mudando para Parobé. Cidade à pouco mais de 12 Km da fábrica. Bons ventos sopravam para meu lado, pois voltava a trabalhar em um ramo que me identificava. Além do mais continuaria a estudar mudando de curso e me transferindo para a FACCAT em Taquara. Quanto a comunidade, acabei entregando a moderação para outra pessoa que infelizmente não foi competente para dar continuídade. Para minha surpresa alguém encerrou ela e abriram outra com menor número de membros e mal gerenciada. Um dia ressuscito ela!

domingo, 9 de agosto de 2009

Corte de peças plásticas.

A grande oportunidade de melhoria constatada e implementada foi o corte automatizado. Quando cheguei, constatei que as duas maquinas que davam mais produção tinham em sua saída um colaborador com uma tesoura cortando manualmente as blisters que posteriormente iriam para o corte individual no balancim. Ora, porque não automatizar e deixar os operadores cuidando do abastecimento e controle de qualidade. Com a compra de três pistões, um metro de perfil tipo "U" em aço 1020 e um bloco do mesmo material fizemos uma navalha correndo em um carro dentro do perfil movimentado por um dos pistões. Com a ajuda de um colaborador da matrizaria, uma maquina de solda, botamos para funcionar e o nosso gerente gostou tanto que resolveu contratar uma empresa e instalar uma melhor na outra maquina. Rebaixamos também as luminárias para melhorar a iluminação no pavilhão e construimos umas gaiolas para acondicionar e facilitar o transporte de "bags" de residuos para a área de expedição. As facas ou matrizes de corte tiveram todos os seus códigos revistos e o que não se usava mais foi descartado. Matrizes foram identificadas com números e foi criada uma prateleira com amostras devidamente identificadas.Infelizmente minha vida nessa empresa foi curta, pois não houve o reconhecimento pela organização e as melhorias promovidas. O dono da empresa começou a receber um "consultor " que tinha um "coelho na cartola" para todos os problemas e ele começou a demitir começando pelo pessoal da matrizaria/montagem e restauração dos moldes. Depois mandou dois operadores embora, deixando a equipe justa me fazendo as vezes atuar também como operador. Acabamos divergindo quanto aos rumos tomados, então acabei sendo demitido. Num espaço de doze anos eu fui o oitavo supervisor que tinha passado por lá.