quinta-feira, 23 de julho de 2009

Viagens

Foto - Passeio no interior de Manaus 1986

Pelo fato de meu pai ter trabalhado como caminhoneiro tive a chance de fazer algumas viagens com ele e a mãe ainda quando não estava na escola. Me lembro de uma viagem para João Pessoa onde paramos em uma praia para descarregar e aproveitamos para um banho de mar. Aguas quentes e agua de coco para matar a sede. Após seguimos para Natal RN onde sujei os meus pés de pixe (óleo) em uma praia (vazamento de algum návio). Me lembro também de muitos coqueiros pela orla. Mas a viagem que mais marcou foi para Manaus onde após o pai ser demitido de uma empresa de transporte coletivo decidiu fazer uma aventura atravessando o Brasil de Fusca 1300. De fato fomos até Porto Velho mas fomos desaconselhados pela polícia e caminhoneiros a continuar pela Transamazônica pois a estrada estava muito embarrada e levariamos dias. Tomamos a decisão de ir de avião de Porto Velho até Manaus e deixar o Fusca na casa de um engenheiro da Embratel. Fomos para Manaus visitar meu irmão que era militar e paramos na casa da família de sua namorada na época e que nos recebeu muito bem. Lá fizemos um passeio de barco pelos Igarapés do interior onde tivemos contatos com índios, animais e vitórias régias. Levamos uma semana até Porto Velho e ficamos uma semana em Manaus somando um total de quinze dias com a semana de volta a Caxias.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Serviço Militar

Foto - 1º Bateria de Canhões 3º GAAE - 1989

Realmente foi uma fase que me marcou. Tentei várias vezes seguir o caminho do meu irmão mas acabei não passando em nehuma das provas de admissão e a concorrência era grande. Acabei servindo como soldado no 3º Grupo de Artilharia Antiaérea de Caxias do Sul por dois anos sendo no segundo como soldado enganjado. Lá passei em uma seletiva e acabei fazendo o curso para cabos mas por falta de vaga não fui promovido. Mesmo assim foi uma experiência pois aprendi a conviver em grupo, hierarquia, disciplina e o papel do soldado perante a comunidade em ações civicas sociais. Me lembro de algumas situações tensas como no dia em que um colega foi punido por ter jogado a baioneta no assoalho do alojamento, a bateria toda detida até aparecer a arma roubada de um pai de um colega que a trouxe para limpeza com o cabo armeiro. O soldado que a roubou acabou se entregando e ficou no anonimato. Mas houveram os treinamentos na praia do Cassino em Rio Grande onde os canhões tinham que acertar uma bandeirola puxada por um aeromodelo. Tudo foi uma experiêcia proveitosa mas acabei dando baixa como cabo reservista.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Festival de Música


Durante a adolescência despertou em mim a vontade de ser músico e vivia com um violão de meu irmão Gilberto com cordas de Nylon e pegando algumas dicas com meu vizinho Edsom. Mas foi com uns "caras legais que não queriam nem saber" que tive a experiência como vocalista de bandas de rock em Caxias. O Jean e o André Moschem fizeram a parceria atuando na bateria e baixo e vários amigos passando pela Guitarra tendo marcado presença o Fernando Boeira com sua garra e persistência. Foram varios amigos que colaboraram com a causa que vou tentar citar eles: Mica,Marcon,Sandro,Duda,Oiram, Mano, Fernando e Claudio. Fizemos história em Caxias com a participação no 1º Circuito Rock com a banda Olhos de Vidro e na 12º Balada da Canção Estudantil do Colegio Cristovão de Mendoza com a banda Sabotagem. Chegamos as finais e participamos da gravação do vinil de registro do evento. Confira o clip da Sabotagem no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=Wpd_M1dojV8

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Casa Própria

Morando em casa própria em Caxias a partir do ano de 1978 as coisas ficaram melhores. No fogão a lenha a Dona Angélica fazia a comida para a "tropa" e o mesmo mantinha a casa aquecida no tenebroso inverno da serra gaúcha. Todos os integrantes empregados, meu pai deixando a estrada como caminhoneiro para trabalhar de motorista no transporte urbano de Caxias e um dos meus irmãos deixa a casa para seguir a carreira militar na aeronáutica. Depois de ter estudado muito passou em um concurso da Escola de Sargentos Especialistas da Aeronáutica EEAER. Estudei o primário na Escola Estadual Provincia de Mendoza em Caxias do Sul e o médio na Escola Estadual Imigrante. Durante o segundo grau ainda cursei Eletricidade - Instalações 1400 horas no SENAI Nillo Peçanha. Estudava o segundo grau de manhã e o SENAI a tarde. Com certeza devo muito à essa instituição pelo conhecimento técnico adquirido que abriu portas para mim.

Enchente PARTE 2


Alô Pessoal!

Ainda contando a enchente de 1974 trago aqui a capa de um jornal da época onde aparece a casa do Vô Jorge após as aguas terem baixado. Me lembro de termos feito uma viagem para Tubarão nessa época e parado na divisa dos estados RS - SC para fazer vacina. "A cidade antes da enchente era simples com pessoas simples. Moravam em casinhas de madeira, as famílias eram grandes com mais ou menos oito pessoas. Quando a enchente ocorreu derrubando muitas casas, numa casa embaixo de um morro, uma família tentava subir para a casa de cima, pois a sua estava alagada e quando olham foram pegos de surpresa por um deslize de pedras que matou todos os dezesseis membros da família. Isso ocorreu em Treze de Maio. Muitas empresas e olarias foram alagadas e destruídas pelos deslizamentos. Uma dessas foi uma empresa de goma que foi coberta por um deslizamento de massa." Conta um morador que viveu essa catástrofe. Conta também o meu primo Gilson:
"No dia em que foi tirado essa foto eu e a mãe fomos visitar o vô e a vó, estavamos na catedral a uma semana, e quando saimos para ir a casa dos avos ficamos apavorados, me lembro como se fosse hoje, a rua em frente a catedral estava do meio do morro para baixo, estava com muito lodo, eu deveria ter em torno de 1,20 mais ou menos, e o lodo tapava quase minhas pernas. Ao passar em cima da ponte fiquei com muito medo, pois a maior parte das muretas estavam destruidas, e as águas do rio chegava quase a encostar na ponte, a correntesa era muito forte, e havia muitos calhos presos nos pilares da ponte, a mãe segurou forte na minha mão. Uma cena que não esqueço, foi a do tio Sérgio juntando ovinhos de codorna em uma poça em frente ao deposito. Outra sena foi ver uma canoa chegando na escada do vô cheia de sabão em pó (omo) as caixas estava bem destruidas, mas o vô aproveitou tudo. Tudo parecia estar em clima de guerra, passamos quase uma semana sem dormir, pois os helicopteros da aeronautica passava a noite e o dia inteiro trazendo pessoas para a catedral. As pessoas limpando a frente da casa do vô, não sei dizer, mas acho que pode ser o Tio Elpidio, ou o tio Sérgio, subindo a escada talves a tia Vanda."

domingo, 19 de julho de 2009

Enchente 1974 - PARTE 1

Em 1974, a enchente em Tubarão deixou 199 mortos e 65 mil desabrigados. O rio que dá nome ao município subiu 10,22 m depois de dois dias de chuvas ininterruptas. A águas baixou apenas dois dias depois e 90% dos moradores perderam tudo o que tinham. Lembro de relato de meu avô que morava retirado da cidade que ajudou a resgatar pessoas com sua canoa. Muitos são os relatos de pessoas que viram corpos boiando na água. Com certeza uma tragédia pra ficar na memória de quem viveu essa experiência. Com a madeira da casa que perdemos lá aproveitamos alguma coisa na construção da nossa primeira casa própria em Caxias. Construída com muito suor pois na época meu pai trabalhava de camioneiro e minha mãe é que ficava correndo atrás de terreno e pessoal para executar a obra.
...a minha história é ... talvezé talvez igual a tua, jovem que desceu do norteque no sul viveu na ruae que andou desnorteado, como é comum no seu tempoe que ficou desapontado, como é comum no seu tempoe que ficou apaixonado e violento como vocêEu sou como você. Eu sou como você. Eu sou como vocêque me ouve agora. Eu sou como você. Como Você. Letra Fotografia 3 x 4 Belchior. Bom pra começar o nosso papo. Gostaria de contar um pouco como fui parar em Caxias do Sul, cidade de aproximadamente 400.000 habitantes e um polo industrial da serra gaúcha. Meus pais por volta de 1972 em busca de melhores oportunidades vieram de Tubarão SC, cidade situada no litoral sul e que por muitos anos estacionou nos seus 80.000 habitantes. Em Caxias meu pai tinha uma Kombi e fazia o transporte de pessoas que trabalhavan no antigo DNER nas reformas da BR 116. Moramos em dois ou três lugares diferentes mas a que ficou marcada para mim foi uma casa de madeira de quatro comodos onde em um quarto dormiam meus três irmãos e no outro eu dormia com meu pai e minha mãe. A casinha de madeira ainda existe e resiste ao tempo com janelas amarelas e parede verde na rua Capricornio do Bairro Cruzeiro. Meus inrmãos logo se empregaram nas empresas locais: Gasola e Madezatti.
Hoje elas não existem mais mas no local de suas sedes abriram outras empresas. Sorte ou coisas do destino, dois anos após sairmos de Tubarão houve uma grande enchente na região que assolou o litoral de Santa Catarina. Muitas pessoas morreram e nossa casa que tinhamos lá saiu do lugar com a força das águas. Realmente era para estarmos em Caxias. Deus mostrou o caminho.